Número 31 | set.out.nov.dez. 2022|ISSN 2179-1287
19.12 | Ileizi Fiorelli Silva; Ana de Fátima P.de Sousa Abranches; Túlio Velho Barreto
Dossiê
Reforma do Ensino Médio
ARTIGOS
O Dossiê “Reforma do Ensino Médio” surgiu da necessidade de nos situarmos no processo de implementação do Novo Ensino Médio (NEM) que está acontecendo nos vinte e sete estados do Brasil, desde o início de 2022. A Educação Básica, que compreende a Educação Infantil, o Ensino Fundamental I e II e o Ensino Médio, passou por completa reestruturação, atendendo, prioritariamente, aos grupos políticos e econômicos que sequestraram a democracia no Brasil, com o golpe jurídico, parlamentar e midiático iniciado em 2014, logo após a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, que culminou em seu afastamento, em 2016 e, posteriormente, com a eleição de Jair Messias Bolsonaro em 2018, que agravou o conturbado cenário político do país.
Gaudêncio Frigotto
É muito interessante sua síntese de tempo histórico, que vem desde os anos da ditadura. Isso nos revela que o ensino médio - chamado de ensino secundário, na época da ditadura - sempre foi alvo de uma disputa, mesmo ao longo de toda nossa história. Mas tomando esse período, essa disputa se dá fundamentalmente por uma classe dominante brasileira que traz o estigma escravocrata, o estigma colonizador, que se manifesta tanto pela não universalização do ensino médio quanto pela negação do ensino médio de qualidade para maior parte dos jovens da classe popular, da classe trabalhadora.
O entrevistado da Coletiva é o professor Gaudêncio Frigotto. Doutor em Educação: História, Política, Sociedade, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1983). Atualmente, é professor associado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro e professor titular (aposentado) em Economia Política da Educação, na Universidade Federal Fluminense, além de ser pesquisador AI - Sênior do Conselho Nacional de Pesquisa Certifica e Tecnológica (CNPq).